MANUAL CONCISO DE TERAPIA RELACIONAL-ÉTICA 


A Terapia Relacional-ética (TRÉ) surgiu como modelo que considera os problemas do homem, expressos em termos cognitivo-comportamentais, a partir de um fundamento relacional-ético cristão. Segundo seu embasamento teórico, concebemos o ser humano em três dimensões indissociáveis diferentes. Elas se relacionam entre si como inclusas ou inclusivas, de acordo com um modelo ou perspectiva de inclusividade. A dimensão psicofísica é independente, porém age em harmonia com as dimensões inclusivas (éticas e relacional). Ela inclui a corporeidade e os fenômenos psíquicos. Os aspectos sociais não são especificamente mencionados aqui, uma vez que são expressos em todas as dimensões.


As dimensões éticas dizem respeito ao comportamento, tanto do ponto de vista cultural, na medida em que contêm as normatividades mínimas aceitas socialmente para se viver em comunidade, como do ponto de vista relacional ou cristão, na medida em que a ética praticada é orientada pela perspectiva relacional. Ética para o homem é viver o que ele acredita.


A dimensão relacional é a do vínculo do ser humano com outros seres ou com Deus. Dada a sua importância, não há uma dimensão maior em que possa ser incluída, pois é, em si mesma, inclusiva. Constitui a dimensão do vínculo com os outros, com quem nos comunicamos, quem amamos e de quem recebemos amor. Além disso, ela institui a relação com o Outro transcendente, com Deus. Essa relação, que é uma afirmação à fé, é vivenciada na dimensão ética, em que se torna evidente a prática como orientação ao comportamento moral.


Estamos inclinados a contemplar o psicofísico como uma entidade indissolúvel e complexa, em que a soma de todas as partes dá origem a algo diferente em comparação ao que resultaria de uma mera soma de cada componente individualmente. Desse modo, seria epistemologicamente concebida como uma dimensão complexa, compacta e indivisível, da qual as meras regras do “físico” ou do “psicológico” não governam, porém respondem conjunta e indivisivelmente como uma unidade dimensional incluída.



Ao examinar a questão a partir da perspectiva da terapia cognitivo-comportamental (TCC), o modelo médico - segundo o qual a causa dá origem a uma manifestação emergente - não parece se “encaixar” epistemologicamente com a abordagem cognitivo-comportamental, em que a causa do fenômeno está no processo de aprendizagem. Nesse caso, as esferas relacional-ética e física trabalhariam em paralelo, devido à diferente atribuição causal dos fenômenos. Contudo, se, em vez disso, o todo é lido a partir de um ponto de vista espiritual, a dimensão física ou corporal é unida à psicológica no psicofísico, como um corpo-mente complexo.

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