GUIA PRÁTICO DE FORMULAÇÃO DE CASOS EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL


Definição de formulação de casos em diferentes abordagens clínicas:


A formulação de caso em terapia cognitivo-comportamental (TCC) é um método e uma estratégia clínica que usa o modelo cognitivo e a TCC para elaborar uma descrição do problema atual do paciente, uma compreensão de seus padrões mal-adaptativos, uma teoria sobre o porquê e como esses padrões se desenvolveram, bem como uma ou mais hipóteses de quais processos estão mantendo esses padrões ativos atualmente. A formulação de um caso nada mais é do que a descrição detalhada do modo como aquele paciente funciona na vida e as razões que o levaram para a psicoterapia. É, também, uma descrição minuciosa e aprofundada – de certa forma, complexa e detalhista –, cuja função é guiar o terapeuta cognitivo-comportamental sobre como ele deve agir com aquele determinado paciente.


A importância de se elaborar uma boa formulação de caso está, entre outros fatores, na capacidade que ela tem de antecipar os possíveis problemas e/ou obstáculos que possam surgir ao longo de todo o processo terapêutico. Além disso, tem a função de orientar todo o foco e direcionamento do tratamento a fim de otimizá-lo.


Apesar de muitos terapeutas ainda confundirem, formulação de caso e conceituação cognitiva não são sinônimos. A conceituação cognitiva compreende um padrão de funcionamento cognitivo ativado, no momento atual, e abrange uma descrição da interação entre as cognições, os comportamentos, as emoções e as reações fisiológicas decorrentes. Já a formulação de casos apresenta uma visão ampla do caso de forma contextualizada ao longo do tempo. Além disso, apresenta hipóteses sobre o desenvolvimento desse padrão de funcionamento cognitivo, bem como sua manutenção na atualidade. A formulação de casos envolve o processo de aliar as queixas, os sintomas, os problemas e as dificuldades, os eventos e as situações relevantes, a história de vida e as experiências, somados ao modelo teórico e prático da TCC. A formulação de casos, quando bem feita, é a base para a formulação de tratamento.


Na literatura sobre a psicoterapia, há muitas referências a formulações de caso nas diferentes abordagens. Para a prática da psicoterapia, independentemente da abordagem ou de estrutura para a formulação, é necessário que o terapeuta discrimine o problema que levou o indivíduo a procurar o serviço, entenda a história desse problema e descubra quais fatores o mantêm, para que, assim, seja possível fazer uma intervenção. Esses três elementos devem ser considerados por psicoterapeutas em diversas abordagens e ações interventivas. Existem, na literatura, formulação de casos na abordagem psicodinâmica, psicoterapia junguiana e análise do comportamento, entre outras, cada abordagem com suas peculiaridades.



Apesar das particularidades de casa formulação de caso, há pontos em comum entre elas: a discriminação do problema/dificuldade/queixa; a identificação de fatores históricos relevantes para o surgimento do problema ou queixa em questão; e a descrição dos fatores de manutenção do problema. O objetivo final de toda boa formulação de casos é entender, segundo a teoria psicológica adotada, o que está acontecendo com o cliente naquele momento de vida específico a fim de produzir uma melhora pelo alívio ou a resolução do sintoma.

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