Terapia do esquema emocional


A Terapia do Esquema Emocional de Robert Leahy

Apesar do nome, a única semelhança entre a Terapia do Esquema Emocional e a Terapia do Esquema de Jeffrey Young é que ambas foram desenvolvidas para suprir lacunas da Terapia Cognitivo Comportamental: a partir do estudo da TCC, Leahy acreditava que a abordagem deveria focar mais nos aspectos emocionais e não só nos pensamentos e na cognição. Então, desenvolveu a sua teoria, a Terapia do Esquema Emocional.


A Terapia do Esquema Emocional (EST) é um modelo cognitivo baseado na forma como as pessoas pensam e respondem às suas emoções. Isto é, um modelo de como pensamos sobre nossas emoções, as avaliamos e lidamos com elas. As emoções atendem às necessidades de sobrevivência desde os tempos mais primitivos e possuem funções biológicas. Todas as emoções são universais, ou seja, todos nós possuímos potencial natural para sentir todas as emoções, inclusive as desagradáveis socialmente, como o ciúme, a inveja e o ressentimento.


A EST argumenta, ainda, que as emoções estão ligadas a redes de outras emoções, por exemplo, a inveja, que é uma emoção social, pode incluir tristeza, raiva, ansiedade, vergonha, entre outras. O modelo do Esquema Emocional incentiva o indivíduo a ver qualquer emoção como algo que o torna consciente de necessidades, valores, frustrações e aspirações.


O Esquema Emocional é um conjunto de conceituações, interpretações, estratégias e avaliações de uma emoção ou de uma experiência emocional. Este é dividido em 14 dimensões, que são: Invalidação, Incompreensibilidade, Culpa, Visão simplista das emoções, Desvalorização, Perda de Controle, Entorpecimento, Racionalização excessiva, Duração, Baixo consenso, Não aceitação de sentimentos, Ruminação, Baixa Expressão, Culpar os outros.


Para avaliar as dimensões dos Esquemas Emocionais do indivíduo, é utilizado a Escala dos Esquemas Emocionais de Leahy (LESS-II). Esta escala é composta por 28 questões que avaliam as 14 dimensões do esquema emocional. Também, pode ser utilizada a Escala dos Esquemas Emocionais Relacionais (RESS), que avalia, por meio de 14 questões, como o indivíduo pensa que seu parceiro reage às suas emoções. Ambas escalas e a correção são encontradas no próprio livro.


O processo terapêutico dentro desta abordagem, consiste em psicoeducar o paciente sobre a universalização das emoções, avaliar suas estratégias para regulação emocional e ajudar o paciente a desenvolver estratégias mais funcionais. Para isso utiliza técnicas de outras abordagens, como da ACT, da DBT e da própria TCC, como por exemplo a seta descendente, que pode ser utilizada para descobrir a crença do indivíduo sobre a sua emoção ou a rede de emoções que sua emoção inicial está conectada.



Também utiliza técnicas próprias, entre elas:

Universalização das Emoções: Esta técnica promove no paciente a análise das emoções desagradáveis em outras pessoas. Pode-se questionar ao paciente quais são as pessoas que mais admira em sua vida e se esta pessoa também sente determinadas emoções. Também, pode-se fazer uso de personagens de livro e filmes para o entendimento de que todas as emoções são universais, todos nós temos uma predisposição a sentir qualquer emoção e várias de modo concomitante, o que muda são nossos valores e a forma como lidamos com cada uma delas.


Dor com um propósito: Esta técnica visa o entendimento por parte do paciente de que a dor tem um propósito, que é apontar para aquilo que falta no momento. Assim, paciente e terapeuta podem examinar a dor do paciente, em busca do seu sentido. Esta técnica é válida para entender por que sentimos emoções desagradáveis que causam sofrimento.


Viver uma vida pela qual vale a pena sofrer: Viver e ter valores significa estar sujeito a sofrer perdas. Esta técnica busca reconhecer o valor por trás do sofrimento do paciente, a partir do mapeamento daquilo que o paciente sente. Esse valor permite a aceitação do sofrimento, lembrando que a perda aponta para o valor do que foi vivido.


Subindo a escada de significados mais elevados: Esta técnica é semelhante à técnica da seta descendente, porém aponta para níveis mais elevados, ao invés da descendência. Pode-se utilizar um evento, como por exemplo, a falta de um parceiro amoroso, para subir a escada dos significados. O que significa ter um parceiro? Por que? Subir a escada, permite que o paciente explore o significado real e individual por trás da emoção sentida sobre aquele evento. Assim, pode-se desenvolver outras estratégias que vão suprir a real necessidade que aquela emoção revela.


Levando tudo embora: Esta técnica busca evidenciar os valores do paciente. Nela, é solicitado que o paciente imagine sua vida sem tudo que possui. Isso inclui família, amigos, bens e outras características de sua vida que realmente aprecia. Para cada parte que foi retirada, o paciente deverá argumentar sobre a real importância disso em sua vida a fim de obter novamente. A partir disso, poderá ser explorado aspectos que realmente são importantes para o paciente, o que considera seus valores e como podem influenciar suas emoções.


A vida é maravilhosa: Esta técnica é semelhante a anterior, porém com o objetivo de explorar o seu significado na vida de outras pessoas. É solicitado ao paciente que imagine como seria a vida de outras pessoas caso não existisse. O que seria diferente para as outras pessoas? O que elas perderiam? O esclarecimento do valor “significado para os outros”, pode ajudar a encontrar propósito para superar as situações da sua vida.

A partir do uso destas e outras inúmeras técnicas, busca-se o entendimento metacognitivo das emoções, o fortalecimento pessoal, a tolerância à ambivalência e à complexidade e a compreensão interpessoal das suas emoções.


A EST tem se mostrado eficiente para a redução de sintomas na depressão, na ansiedade e no Transtorno de Estresse Pós-traumático. Também, mostrou-se eficaz em outros quadros de funcionamento psicológico com esquemas emocionais negativos.

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