Transtornos psicopatológicos na

infância e na adolescência


A clínica infantil e adolescente possui suas peculiaridades por acompanhar indivíduos em desenvolvimento. O bom prognóstico dependerá da precisão diagnóstica, do bom entendimento dos sintomas e da evolução dos mesmos. É necessário entender a infância e a adolescência como fase do ciclo vital com suas particularidades.


A fase inicial do processo é fundamental. A anamnese faz parte das entrevistas iniciais e nela são coletados dados aprofundados sobre o avaliando, com foco principal em aspectos históricos, desenvolvimentais e nos motivos que levam a criança ou adolescente ao tratamento.


É nesse primeiro contato que as primeiras hipóteses, levantadas no momento do encaminhamento, são confirmadas ou refutadas. Ou ainda, que novas hipóteses possam ser propostas. O vínculo estabelecido nesse primeiro contato tem um importante papel, visto ser essencial estabelecer uma relação de confiança, empática e colaborativa para que o andamento do processo psicoterapêutico ou avaliativo possa acontecer da forma mais adequada.


Além da necessidade de entendimento sobre as peculiaridades da infância e adolescência, é crucial, ao tratar esse público, realizar as entrevistas levando-se em consideração seu contexto temporal e ambiental. O contexto pode ser classificado através de quatro subsistemas socialmente organizados: Microssistema (composto pelas relações iniciais, como escola, família e amigos); Mesossistema (compreende a interação entre os microssistemas onde a criança em desenvolvimento se insere, como por exemplo a interação entre a família e a escola); Exossistema (abrange sistemas em que a criança não está diretamente inserida, mas que a afeta mesmo indiretamente, como o trabalho dos pais); e o Macrossistema (valores, crenças, sistemas sociais, políticos e econômicos, estilo de vida, cultura e costumes).


Todos os sistemas sofrem a influência do tempo, como eventos históricos e mudanças econômicas. O desenvolvimento humano é, nesse espectro, interativo e contextualizado; é como a relação entre os pais e o bebê: a criança afeta a vida dos pais e os sentimentos dos pais afetam a criança.


Assim, para que a avaliação realizada seja eficaz, é importante considerar os fatores contextuais, o funcionamento em níveis desenvolvimentais, os objetivos da avaliação, fazer uso de instrumentos e ferramentas válidas e fidedignas e utilizar uma abordagem de interpretação que considere a criança como um todo e em relação com fatores desenvolvimentais e contextuais, realizando a avaliação com atividades e settings adequados aos estágios desenvolvimentais.

Para a entrevista de anamnese, é importante levar em considerações alguns fatores. Inicialmente, é crucial estabelecer o rapport, apresentar-se, explicar brevemente o objetivo da consulta, buscar tranquilizar e reduzir a ansiedade inerente aos primeiros contatos com o psicólogo/terapeuta. Além disso, no decorrer da entrevista, é importante estar atento aos dados desde o período gestacional, pré-natal, perinatal e pós-natal. Também é imprescindível explorar os marcos desenvolvimentais, mapeando possíveis atrasos.


Compreender como a criança se relaciona com outras crianças ou adolescentes também é importante. Assim como suas brincadeiras preferidas, possíveis brigas, faixas etárias que melhor se relaciona, nível de socialização, entre outros. Questões relacionadas a rotina da criança pode trazer informações muito úteis sobre seu desenvolvimento.


Em relação aos adolescentes, a entrevista de anamnese pode ser realizada com o próprio jovem, com os pais, ou com ambos, em momentos diferentes. Quando feita com os pais, a anamnese de adolescentes deve ser complementada e discutida com o jovem. Os adolescentes já apresentam habilidades e competências para falar sobre si mesmos, sobre as dificuldades e os problemas que os levam à busca de atendimento, mas, por outro lado, fatores como a motivação para o atendimento, dificuldades interpessoais, uso de substâncias, e até características de personalidade irão influenciar na qualidade das informações. O psicólogo precisa ser cuidadoso no que tange ao acesso de informações dos pais, para que possa haver uma relação de confiança e respeito aos aspectos sigilosos.

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